quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

CADA CASA É UM CASO - ÁGUA E ÓLEO NÃO SE MISTURAM

Uma das principais missões é a de promover o entendimento, a compreensão e a união da religião africana no Brasi e a exclusão dos vandalos atos de marmotagem. Não nos referimos a uma união litúrgica (modo de culto e prática), pois sabemos que é devido aos costumes de nossos antepassados que desde a Antigüidade cultuavam entidades diferentes em cada nação religiosa, mas numa só fé, num só rito, numa só união cultural. Portanto, não devemos nos atenuar em diferentes nomes de qualidades designadas a Orixás, Voduns, Inkíces, Exús e até mesmo certas diferenças ligadas a maneiras de tocar um candomblé/ batuque /xangô/ umbanda, etc., mas ao contrário, buscar maneiras de interagir nossos conhecimentos e cultura em prol de uma união mais sólida, respeitável e influente. Tal é a razão que levanto a tese de uma frase que é muito real e fácil de entender: “Cada casa (de candomblé) é um caso”, e é preciso entender e compreender. Uma vez que ninguém é detentor da sabedoria perfeita senão o próprio Deus e o Orixá/Vodum/Inkice. Não somos dignos de cobrar nada de ninguém. Apesar de tudo e é até contraditório que muitas casas de Candomblé cometem erros gravíssimos para com o culto. São muitos os absurdos cometidos contra a prática do culto que resulta em problemas sérios por cobranças das entidades para as casas e para os fiéis. Atos estes onde nós assistentes, sendo ou não do axé, temos que apenas observar e muitas vezes, na maioria das vezes, nada dizer. Apenas observar e respeitar, absorvendo o que é bom e ignorando o que é ruim. Permitindo somente aos Orixás/Inkices/Voduns julgá-lo e condená-lo.
O papel excêntrico deste livro é mostrar que apesar dos diferentes cultos dessas casas e das diversidades de nações, o Orixá (Ketú / Ijexá)/ Inkice (Angola)/ Vodum (Jeje / Efon), não muda. Pelo contrário, se afirma. Embora algumas nações defendem que um nada tem a haver com o outro. E torçamos para que a cultura dessas entidades permaneça viva e forte em muitos corações e povos, sobrevivendo inclusive de ataques das religiões que se dizem únicos donos da "palavra de Deus" induzindo inclusive a separação de negros e brancos como nos EUA, por exemplo, onde o negro abdicou totalmente de sua cultura ancestral, absorvendo a religião e os costumes (cultura) dos brancos, onde pregam em suas liturgias a paz e o amor (o que de fato é excelente), assim como a igualdade entre os homens. Mas, mesmo assim, contraditoriamente foram humilhados e separados dos demais brancos. Onde reza um negro, não reza um branco, e cada qual possui sua igreja de um mesmo Deus (para brancos e negros), perdendo assim sua identidade, seu orgulho, sua cultura. E aqui no Brasil, quando não mais houver crianças chorando com fome enquanto pessoas criticam os atos das pessoas de boa vontade ao invés de contribuir, este país será mais fértil e mais cultural e certamente será um povo mais nobre e humano, num lugar de destaque, respeito e reconhecimento em todo o planeta.
Hoje conhecemos a religião africana no continente americano como candomblé, batuque, xangô, umbanda, tambor de minas, santeria, vodoo e outras. Em cada grupo, juntaram-se culturas, associadas ao maior ou menor número de pessoas originárias da mesma raiz (Nagô, Ketu, Angola, Oyó, Jêje, Ijexá, Efon, etc.). E afim de que isso seja realmente um fato, e não uma utopia, sejam respeitados e façam-se respeitar, tanto o povo do axé, como também os demais cidadãos, diante dos cultos e celebrações do axé. Não ignoremos o que não podemos ver. Pois como disse Jesus Cristo: “... feliz é o homem que mesmo não vendo, acredita. Pois muito viram e não crêem, e muitos não verão, mas vão crer.” E por fim, faço minha uma célebre frase de uma das canções do Gilberto Gil que mesmo diante das dificuldades pronuncio: “...ANDAR COM FÉ EU VOU, QUE A FÉ NÃO COSTUMA FALHAR...”

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